De todos os suportes da gravura, o metal tem sido um dos mais empregados para atingir o objetivo de se aproximar do acabado de uma pintura ou uma aquarela. Eis o caso da série Pegadas de Água, onde a artista volta a acertar na descrição de um elemento natural de tão difícil representação como é a água.
Para esta obra foram usadas algumas camadas de tonalidades da mesma cor, o azul, mas cada uma delas parece estar bem delimitada em seu campo, a pesar de ser o efeito final amalgamado em grande harmonia, fluidez dada pela imperceptível passagem entre uma camada e outra. O ponto em que esta harmonia se consuma é justamente na fidelidade ao elemento dual da água, dado por superfície refletora e profundidade contraposta. A motivação para aparecerem as estudadas gamas de azuis são os círculos concêntricos dados no efeito da propagação de ondas tão característico do movimento de águas de um rio, e que também é a causa do título da obra ser Pegadas de água.
pt