Ao interrogar à artista sobre a causa de ser a escolha do seu tema apenas as sombras, e os reflexos da água, uma das suas repostas foi, “a água é a fonte onde sempre posso encontrar o belo”. Quando a artista se propôs fazer uma instalação partindo do conjunto de sua poética, por excelência voltada para o tema da imagem do rio, nos moldes mais clássicos, mas que tocam sem dúvida a estrutura do contemporâneo encontrou-se novamente bebendo na fonte do belo. Apelando à terceira dimensão fez extensões agigantadas de cortinas de papel recortado promovendo uma continuação de seu projeto estético. As formas que assemelham um rendado reproduzem a imagem dos reflexos de água que encontramos comumente tanto em suas pinturas como nas outras mídias praticadas pela artista. Da iluminação destas delicadas cortinas brancas obtemos as sombras de aspecto sinuoso e casual que somente a água pode nos oferecer. O resultado é tão delicado e sutil, que culmina por ser um convite paro que o espectador transite e penetre vivenciando a própria obra.